Como lidar com a nova geração de crianças e adolescentes foi tema de bate-papo com psicóloga na High Line - High Line School
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Como lidar com a nova geração de crianças e adolescentes foi tema de bate-papo com psicóloga na High Line

A High Line School recebeu a psicóloga clínica e escolar Raquel Melaré para um bate-papo com as famílias sobre a nova geração de crianças e adolescentes e como lidar com eles no desenvolvimento de valores e habilidades socioemocionais. Os encontros foram divididos em três momentos – Kindergarten, Elementary School e Middle School – e todos contaram com a participação de muitas famílias.

Kindergarten e Elementary School

Nos encontros com os pais de alunos do Kindergarten e do Elementary School, Raquel Melaré falou sobre as características das crianças desta geração. A psicóloga disse que os pequenos se comunicam de forma diferente, hoje. “O uso da tecnologia aumentou muito e há pouca interação com os pais e com os pares”, afirmou. “Com tanta informação e tão pouca interação pessoal, o que acontece é que as crianças têm um aspecto cognitivo muito desenvolvido, mas poucas habilidades de relacionamento. Ou seja, temos crianças muito inteligentes, mas bem frágeis emocionalmente”.

Para que elas se fortaleçam neste aspecto, a participação da família é primordial. As crianças aprendem muito por imitação, principalmente as menores. Por isso, é fundamental que os pais sejam bons modelos. “Ao ver como os pais se comportam em diversas situações, a criança vai imitando esses comportamentos, por espelhamento.”, ressaltou Melaré.

Outro ponto importante na educação é a questão da frustração. É muito comum as famílias não deixarem as crianças passarem por frustrações. O resultado disso é que elas não aprendem a lidar com esta situação e, ao se deparar com a primeira frustração, muitas vezes têm atitudes drásticas. “O alto índice de suicídios entre adolescentes que estamos presenciando é um indicativo de que os jovens de hoje não sabem lidar com frustrações”, destacou. “E isso é porque eles não aprenderam. Em geral, as famílias simplesmente resolvem os problemas dos filhos e não os ensinam a resolvê-los por conta própria”.

Middle School

Com as famílias de alunos do Middle School, o tema foi a adolescência. Melaré falou que a rebeldia característica desta fase é uma questão biológica e está ligada à explosão de hormônios que acontece na fase da puberdade e adolescência. “As famílias, no entanto, não podem simplesmente jogar a culpa no fator biológico e deixar por isso mesmo”, explicou. “É preciso estabelecer regras, sim. Mas elas devem ser negociadas com os jovens”.

Na adolescência, os pais deixam de ser os principais modelos para os filhos e eles buscam aceitação nos grupos de amigos. É uma fase em que os jovens se distanciam dos pais. Mas é preciso diminuir esta distância e a melhor forma de se aproximar é o diálogo.

“Claro que, se um jovem nunca teve o hábito de sentar e conversar, isso não vai começar a acontecer de uma hora para outra”, lembrou a psicóloga. “Então, podemos começar estabelecendo um horário para esta conversa. No começo vai parecer algo artificial, mas, com o tempo, o adolescente vai ganhando confiança e o diálogo vai acontecer. Isto, desde que seja criado realmente um ambiente de conversa e não um interrogatório, como acontece muitas vezes”.

Raquel Melaré lembra ainda que é muito importante checar as redes sociais dos jovens – saber com quem eles estão conversando e o que estão vendo. Mas sem ser invasivo, pois isso também pode afastar, ainda mais, os jovens dos pais.

High Line mais próxima das famílias

A iniciativa da High Line de trazer à escola profissionais de diferentes áreas tem como objetivo ajudar as famílias no relacionamento com os filhos. “Acreditamos muito na parceria escola-família para uma formação completa das crianças e jovens”, ressalta Angela Canalle, vice-diretora da High Line School. “As palestras são uma forma de ajudar as famílias a lidar com situações que elas possam estar enfrentando em casa sozinhas. Aqui, elas percebem que muitas outras famílias estão passando por situações parecidas e, juntas e com o auxílio de profissionais, podem encontrar as melhores formas de lidar com os problemas”.

Angela lembra que a escola está aberta a sugestões de temas para palestras que interessem aos pais. “E até mesmo, se algum pai ou mãe quiser vir compartilhar suas experiências com os colegas, será um prazer recebê-los e debatermos juntos”. 

Imagem: Wavebreakmedia/iStock.com

 

 

 

 

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